Em 2007, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso
(Cefet-MT) criou o Departamento de Pesquisa e Pós-graduação que, em
2008, converteu-se em Diretoria. Dentre outras razões, este ato decorreu
do significativo aumento, nos últimos anos, do número de mestres e
doutores em seu quadro funcional, o que implica na necessidade de
criação e implementação de núcleos de pesquisa; a iminência da ifetização
também corrobora isso.
A revista Profiscientia foi criada em 2004 e teve apenas dois números
publicados, em edições modestas. Agora, nós a estamos reativando com
nova roupagem a fim de garantir a periodicidade de um exemplar por
ano, cumprindo as expectativas da Capes. Optamos por manter o seu
nome, por respeito ao pioneirismo do grupo de servidores que a idealizou.
Nesta edição, 100% da publicação é de autoria dos professores e
alunos do Cefet-MT. Para a próxima, já estaremos agenciando um movimento
de intercâmbio com outras instituições e pesquisadores, incluindo,
por número, um ensaio e uma resenha.
O periódico possui um caráter multidisciplinar, para que cada área
do conhecimento com suas especificidades técnicas possa divulgar os
resultados de trabalhos de pesquisa, dando-se a conhecer, e iniciar um
diálogo interessante entre si, quiçá exercitando o famoso “abraço solidário”
defendido por Edgar Morin.
Para a capa, foi escolhida uma imagem de rede, porque exemplifica
um padrão presente na natureza e também um modo de gestão que enfatiza
a necessária descentralização do poder, o estímulo à responsabilidade,
à colaboração e à criatividade de cada sujeito, fatores-chave para
uma instituição que se pensa em termos de auto-organização sustentável,
afinal o pensamento sistêmico é um dos operadores do pensamento
complexo, e que só se apre(e)nde na prática coletiva.
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Dessa forma, os três primeiros artigos resultam do Projeto Moradia,
da pioneira área de Construção Civil do Cefet-MT, que pesquisa, de forma
aplicada, novos materiais para habitação de interesse social. Exploram
a dosagem de concreto com materiais alternativos, em resposta a
uma carência e solicitação do mercado.
No Cefet-MT, ainda dentro da Área de Construção Civil, houve o
desdobramento do antigo curso de Estradas para o de Geomensura.
Assim, o quarto artigo insere-se no Georeferenciamento de Imóveis e
defende a importância do planejamento das cidades utilizando o Sistema
de Informação Geográfica (SIG) como ferramenta para a elaboração
dos mapas temáticos necessários à análise e compreensão das questões
habitacional e de renda. Já o quinto liga-se à Geoinformatização
no Planejamento de Cidades, considerando os impactos ambientais
decorrentes da expansão urbana.
O sexto artigo é um produto da área de Eletroeletrônica do Cefet-MT
e apresenta o procedimento de análise de sinais adquiridos quando ocorrem
defeitos em linhas de transmissão.
Os dois textos seguintes são produções da área de Informática. O
sétimo descreve as implementações em linguagem Java dos principais
algoritmos de criptografia utilizados atualmente nos sistemas para Internet,
que protegem o acesso à informação de pessoas não autorizadas, e
o oitavo apresenta uma interface da Informática com a Educação, mostrando
por que uma grande parte dos alunos apresenta dificuldades em
assimilar as abstrações envolvidas na aprendizagem de linguagem de
programação orientada a objetos.
A área de Linguagens engloba os próximos quatro textos e seus autores
lecionam Língua Portuguesa no Cefet-MT. O décimo primeiro trata
dos e-termos à luz da Teoria da Variação em Terminologia proposta por
Faulstich (1999); o décimo segundo interliga Linguagem e Psicanálise
lacaniana, apontando que o processo de aprendizagem de uma língua
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mobiliza as bases psíquicas do sujeito e relaciona-se a processos identificatórios
e identitários; o décimo terceiro discute o gênero relatório técnico,
observado como objeto de ensino nas aulas de Língua Portuguesa
em cursos de nível técnico e tecnológico do Cefet-MT, com base na teoria
sobre gêneros do discurso e na literatura sobre produção científica; e
o décimo quarto faz algumas reflexões sobre os recursos verbais e nãoverbais
na publicidade impressa simplificada, analisando uma propaganda
sob a perspectiva enunciativo-discursiva da Análise do Discurso,
segundo Maingueneau, e discursiva de gêneros, segundo Bakhtin.
Os três artigos seguintes inserem-se na área de História e Estudos
Culturais. O décimo quinto texto trabalha a questão de gênero, analisando
a reivindicação de ampliação do espaço social feminino através da
educação escolar e da profissionalização, durante o período estadonovista
(1937-1945), solicitada por um grupo de mulheres que organizava e
redigia a revista A Violeta no período, em Mato Grosso; e, a partir de um
trabalho etnográfico sob o enfoque da História Oral, o décimo sexto artigo
tece uma reflexão acerca das práticas culturais fúnebres dos católicos
no território da comunidade de São Pedro, no distrito de Joselândia,
Pantanal de Barão de Melgaço-MT; já o décimo sétimo artigo faz uma
leitura simbólica do lendário Pé de Garrafa a partir de dados compilados
de fontes orais e escritas na Baixada Cuiabana-MT e seu entorno, constelando-
a no arquétipo do Homem Selvagem.
Em breve, esta revista também estará disponível on line no site do
Cefet-MT. Solicitamos dos futuros autores que, antes de enviar seus artigos
para serem publicados, leiam atentamente e sigam as normas apresentadas
no final desta edição, a fim de facilitar o processo de revisão e
produção editorial.
Publicado: 30-10-2013